quinta-feira, 10 de março de 2011

MULHER

O homem pensa.
A mulher sonha.
Pensar é ter cérebro.
Sonhar é ter na fronte uma auréola.

O homem é um oceano.
A mulher um lago.
O oceano tem a pérola que embeleza.
O lago tem apoesia que deslumbra.

O homem é a águia que voa.
A mulher o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço.
Cantar é conquistar a alma.

O homem tem um farol : a consciência.
A mulher tem uma estrela: a esperança.
O farol guia.
A esperança salva.

Enfim o homem está colocado onde termina a terra.
A MULHER, ONDE COMEÇA O CÉU!

 autor: Victor hugo

sábado, 26 de fevereiro de 2011

ESCOLA BIBLICA DOMINICAL

domingo 27 de fevereiro de 2011

EBD enfrenta desafios



Domingo é dia de escola! Pelo menos, para milhões de crentes que saem de suas casas no chamado dia de descanso a fim de aprender a Palavra de Deus. A Escola Bíblica Dominical (EBD) é a maior e mais democrática instituição de ensino do mundo. Ela abre suas portas a qualquer pessoa, independentemente de idade, classe social ou nível de instrução. Gratuita, oferece a todos a oportunidade de ampliar seus horizontes de conhecimento e espiritualidade. É ali que muita gente senta-se pela primeira vez em um banco escolar, e é nela que pessoas sem qualquer instrução formal podem tornar-se mestres. Além disso, a EBD está diretamente ligada à história das igrejas evangélicas no Brasil, já que foi implantada ainda em meados do século 19, época em que as primeiras denominações protestantes de missão chegaram ao país. Pode-se dizer que a Igreja Evangélica, por aqui, nasceu de mãos dadas com a Escola Dominical.

Até o início da década de 1980, quando a liturgia das igrejas históricas ainda predominava, a EBD era tão cara ao domingo quanto o próprio culto público, a ponto de se apropriar naturalmente da nomenclatura “dominical”. Em inúmeras congregações, as atividades matinais concentram-se no estudo bíblico, conferindo à Palavra de Deus um papel de centralidade na vida dos crentes. Sempre houve discussões quanto à pedagogia e ao conteúdo, é verdade; mas, a despeito do formato e das metodologias aplicadas, matricular-se em uma das classes era o que se esperava de todo e qualquer membro da congregação, fosse veterano ou novo convertido.

Todavia, por volta de trinta anos atrás, teve início uma espécie de crise. Algumas denominações mais novas, notadamente as de linha neopentecostal, acharam por bem substituir a boa e velha Escola Dominical por outras atividades, ou simplesmente aboli-la. A justificativa, correta em parte, era de que o modelo estava desgastado. Em muitas igrejas, de fato, as manhãs de domingo transformaram-se em enfadonhos encontros, onde temas com pouca conexão com a realidade e a vida dos crentes eram abordados.

Mas a pergunta é: por mais que a EBD precise de renovação e dinamismo, alguém conseguiu inventar coisa melhor? Se depender das igrejas mais tradicionais, a resposta é a mesma – ou seja, um retumbante “não”. Muitas denominações continuam adeptas do modelo tradicional de Escola Dominical e reiteram que seus frutos são benéficos aos cristãos, mesmo em pleno século 21, época de tantas modernidades. “Acredito que ela é a mais importante agência de aprendizado bíblico e de evangelização da Igreja”, afirma Rute Bertoldo Vieira Moraes, pastora, redatora e coordenadora do Departamento Nacional de Escola Dominical da Igreja Metodista. “Muitas igrejas surgiram a partir da EBD, especialmente através do trabalho com crianças”, confirma.

Material abundante­ – Não existem estatísticas, nem mesmo denominacionais, para indicar se a frequência à Escola Dominical está mesmo em queda, como se queixam tantos pastores e educadores cristãos. Mas ninguém tem dúvidas de que a instituição esta longe da extinção. E, mesmo não sendo uma unanimidade, ela continua contando com forte apoio entre os evangélicos.

Segundo a teóloga Lilia Dias Marianno, mestre em ciências da religião e assessora do Departamento de Educação da Convenção Batista Brasileira (CBB), as pessoas podem estar desacreditadas da igreja, mas não das Escrituras. “O amor pela Bíblia está aumentando nesses últimos dias”, entusiasma-se. “Mas há muitas igrejas que não estão vivendo a Palavra de Deus e, por isso, também não conseguem suprir a necessidade das pessoas”, opina. Por essa razão, variados ministérios seguem investindo na EBD como principal ferramenta de discipulado. Uma das maneiras encontradas para se fazer isso tem sido através das editoras das próprias denominações, as quais têm colaborado com a publicação de materiais e organização de eventos para formação de professores.

A Assembleia de Deus, maior confissão evangélica do país, constitui o melhor exemplo. A Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD), sediada no Rio de Janeiro, não apenas produz vasto material para alunos e professores das mais diferentes classes, como também promove encontros nacionais para educadores. Esses congressos, de grande porte, atraem professores e dirigentes de ensino bíblico de diversas denominações, interessados no know-how de uma igreja que já caminha para 100 anos de fidelidade às Escrituras.

Outras instituições eclesiásticas fazem o mesmo, elaborando e publicando o próprio material educativo. As igrejas batistas contam com a Junta de Educação Religiosa e Publicações (Juerp); já a Editora Cultura Cristã é responsável pelas lições dos presbiterianos; e as igrejas metodistas também dispõem de material próprio de EBD. Em todos os casos, os currículos são elaborados de acordo com a ortodoxia da doutrina cristã e as particularidades teológicas de cada grupo.

“Preparamos uma matriz que apresenta a divisão dos temas, sua distribuição e seu detalhamento ao longo dos anos”, explica Cláudio Antônio Batista Marra, teólogo, jornalista e editor da Editora Cultura Cristã, de São Paulo. A casa edita e distribui material eclesiástico, respeitando cada fase do desenvolvimento etário e espiritual de seus fiéis, de modo que os alunos possam aprender e aplicar os ensinamentos na vida prática. “As idades são agrupadas em faixas para viabilizar a criação do material, sua comercialização e uso”, diz o editor. Hoje em dia, a diversidade de bons materiais é tanta que, mesmo entre as igrejas históricas, congregações locais muitas vezes optam por trocar o material da casa publicadora denominacional por lições de outras editoras, por entender que é mais adequado àquele momento – isso, quando não o produzem internamente.

Quem oferece essas lições sem traços teológicos ou eclesiológicos específicos de uma denominação precisa manter duas preocupações: com o preço final – as publicadoras independentes não contam com subsídios de igrejas, e por isso precisam produzir lucro para continuar funcionando – e com a qualidade do conteúdo. “Isso exige uma postura de vida tanto corporativa quanto individual orientada pelo paradigma da grande missão da Igreja”, afirma André de Souza Lima, editor assistente da Editora Cristã Evangélica. “Ou seja, existimos para ensinar os discípulos de Cristo a guardar todas as coisas.”

“Alimento nutritivo” – “Se a Escola Dominical fosse mais promovida, teríamos uma Igreja quatro vezes maior”, pontifica o pastor e professor Antônio Gilberto, da Assembleia de Deus, um dos mais respeitados educadores cristãos do país. Formado em psicologia, teologia, pedagogia e letras, Gilberto tem 56 anos de experiência na área e é autor de sete livros, entre eles o Manual de Escola Dominical (CPAD), considerada obra de referência. No entender de Gilberto, muitas igrejas têm sofrido com problemas devido à pouca importância que dão ao estudo da Palavra. Defensor intransigente da EBD clássica – aquela que se realiza ao menos uma vez por semana, envolvendo toda a igreja, com métodos de ensino e conteúdo –, o veterano mestre anda preocupado com o que vê no cenário evangélico brasileiro. “As igrejas precisam se conscientizar de que a educação bíblica é um investimento que merece lugar entre as prioridades da igreja”, sentencia.

Algumas denominações de surgimento mais recente, no entanto, parecem dispostas a quebrar o modelo clássico e oferecer a seus fiéis algo que entendem mais contextualizado como prática educacional e de discipulado. É o caso da Igreja Renascer em Cristo, com a sua Escola de Profetas, mais voltada para a formação de liderança. Já a Igreja Bola de Neve – denominação criada por surfistas evangélicos e que tem membresia predominantemente jovem –, por sua vez, mantém um ministério voltado para o estudo da Bíblia chamado Mergulhando na Palavra, de natureza mais informal.

De maneira geral, são duas as principais críticas às iniciativas que diferem da EBD convencional: a primeira diz respeito à confiabilidade do conteúdo ministrado; e a outra se concentra na falta de uma estrutura que contemple as necessidades específicas de cada grupo dentro da igreja. O modelo em células, por exemplo, é rejeitado por muitos especialistas religiosos no que se refere ao discipulado. Para Lilia Dias Marianno, esse modelo muitas vezes se limita a reproduzir aquilo que é dito pelo pastor nos cultos durante as reuniões na semana. “O modelo de células não produz conhecimento bíblico. Nele não há estudos consistentes das Escrituras”, critica.

Há ainda as denominações que nem mesmo possuem algo que substitua a EBD, limitando a transmissão do conhecimento bíblico às pregações nos cultos. É o caso, por exemplo, das igrejas de linha neopentecostal, comoUniversal do Reino de Deus, Mundial do Poder de Deus e a Internacional da Graça. Procuradas pela reportagem de CRISTIANISMO HOJE para dar informações a respeito do assunto, seus representantes não haviam se pronunciado até o fechamento desta edição. Como investem fortemente em mídia, principalmente em rádio e televisão, igrejas dessa linha atraem milhares de pessoas a seus templos, promovendo cultos todos os dias da semana. Mas muita gente discorda que tais ajuntamentos constituam uma forma de discipulado. “O culto é celebração, não ensinamento. O espaço de ensino bíblico é outro momento. Na Escola Bíblica Dominical, são formados discípulos; é o momento de o povo leigo sentar, estudar e buscar conhecimento”, opina Lilia.

A questão não se resume à consistência do alimento espiritual; ela passa também pela maneira como esse conteúdo é apresentado. A concorrência pela atenção do membro da igreja é forte. “Hoje em dia, as igrejas sofrem com a falta de interesse dos membros pelo estudo da Bíblia, pois existem outros atrativos mais interessantes, como louvor, festas e confraternização, sem falar na ênfase nos milagres e na solução rápida de problemas, elementos com alto apelo sensorial”, afirma Silas Davi Santos, professor de EBD dos jovens da Igreja Metodista em Itaberaba (SP). No seu entender, o verdadeiro estudo da Palavra segue na contramão disso, pois exige tempo, disciplina e dedicação. “A Escola Dominical pode e deve ajudar o cristão e aluno a manter o foco na Palavra, fomentando os ensinamentos de Jesus para que não se desvie por caminhos errados.”

Escola para a vida

A Escola Bíblica Dominical tem certidão de nascimento. Ela surgiu em 1780, na cidade inglesa de Gloucester. O jornalista evangélico Robert Raikes percebeu que muitas crianças da cidade estavam envolvidas com furtos, vícios e outros delitos. Resolvido a tentar mudar aquele quadro de perigo social, saiu pelas ruas e convidou os pequenos que encontrou a participar de uma reunião aos domingos, na qual seriam oferecidas aulas de alfabetização, linguagem, gramática, matemática e religião. As crianças ficaram muito empolgadas e a participação foi crescendo. Em pouco tempo, os alunos não aprenderam lições apenas sobre a Bíblia, mas também acerca de moral e ética com princípios cristãos. O próprio Robert Raikes jamais poderia imaginar que aquela pequena semente se tornaria um ministério importante e estratégico para a Igreja de Cristo, oferecendo a cada crente a oportunidade de – como recomenda a própria Bíblia – conhecer e prosseguir em conhecer as Sagradas Escrituras.

Nos Estados Unidos, um dos maiores entusiastas do ensino bíblico era o editor e evangelista Dwight L.Moody. A escola dominical que montou em Chicago foi a maior de sua época, com frequência média de 650 pessoas e sessenta professores. Assim como Raikes, Moody deu especial atenção à formação cristã das crianças. Sua EBD infantil atendia a quase mil meninos e meninas, além de suas famílias. Como sinal do prestígio de seu trabalho, até o presidente americano Abraham Lincoln visitou suas instalações e falou aos alunos. O trabalho do evangelista deu origem a respeitados estabelecimentos de ensino de orientação cristã, como o Instituto Bíblico Moody e Escola Monte Hermon.

Já no Brasil, a Escola Dominical surgiu em meados do século 19. O casal de missionários escoceses Robert e Sarah Kalley instalou-se em Petrópolis, na Região Serrana fluminense, buscando ali um clima mais parecido com o deixado para trás na Europa. Erudito e bem articulado, o médico Kalley logo tornou-se interlocutor do imperador D.Pedro II. Graças às suas boas relações com o monarca, o missionário conseguiu que, pouco a pouco, as restrições à fé protestante no Império fossem abrandadas. Uma delas impedia que os grupos evangélicos se reunissem em construções com aspecto de templo, a fim de que não fossem confundidos com as igrejas católicas. Outra discriminação – a que proibia o sepultamento de protestantes em cemitérios gerais – também foi abolida. No dia 19 de agosto de 1855, a casa dos Kalley abriu-se para cinco crianças da região. Naquele dia, Sarah, que já dominava o português, deu uma aula baseada na história do profeta Jonas – aquele que fugiu de Deus e foi engolido por um peixe –, enfatizando a necessidade da obediência ao Senhor. Nascia ali a EBD em território nacional.

“Nem os pastores põem mais fé na EBD”

Entrevista exclusiva com o professor Angelo Gagliardi Jr.

O teólogo e médico Angelo Gagliardi Júnior, 53 anos, escreveu o livro Você acredita em Escola Dominical? no fim dos anos 1990, no qual debatia a crise desse modelo de ensino. Em entrevista a CRISTIANISMO HOJE, ele mostra que o tema continua atual.

CRISTIANISMO HOJE – Na década passada, quando o senhor escreveu o livro, o panorama da Escola Bíblica Dominical era diferente do de hoje?

ANGELO GAGLIARDI JR – Basicamente, os problemas são os mesmos, com o agravante de que o Evangelho é apresentado hoje numa visão mais utilitária, superficial, hedonista, sem ênfase no necessário conhecimento da Palavra e em atitudes como o arrependimento, a mudança de vida e o compromisso com o Senhor. Creio que o fato de hoje haver bem mais igrejas questionando-se e pensando em buscar alternativas seja um avanço. Isso era impensável, por exemplo, há trinta anos, quando matava-se o povo de fome com absoluta frieza em nome da tradição denominacional. O que regrediu foi o fato de ser cada vez maior o desapego ao ensino e ao manuseio da Bíblia como material central de estudo da escola. É, contudo, a Bíblia, a Palavra de Deus, o alimento, a espada, o mel, a lâmpada. Ela é insubstituível como instrumento de revelação de Deus.

Muitas igrejas promoveram mudanças na estrutura clássica da escola bíblica. Qual a sua opinião sobre isso?

É uma questão de visão, de importância, de prioridades, de filosofia. Sem que essas coisas mudem primeiro, nada dará resultado. É como colocar vinho novo em odres velhos. O problema é que ninguém mais põe fé na EBD, nem os pastores.

O que levou a isso?

Um somatório de fatores. Experiências fracassadas, estruturas arcaicas e carência de recursos didáticos e pedagógicos colaboraram para isso. Some-se a isso os modismos, a frieza espiritual de nossos dias – fato profetizado biblicamente –, a escassez de líderes e os inúmeros compromissos que hoje envolvem a liderança e o povo evangélico, e você terá um quadro pronto para o esvaziamento da EBD.

Muitas igrejas se recusam a adotar o formato convencional de EBD. Seria uma boa justificativa?

Nunca enfatizei o formato nem o apego a uma exclusiva metodologia, sequer a um único material didático acessório ou complementar. A escola está posta como ministério na Igreja para promover o conhecimento de Deus revelado em Cristo Jesus. Ela deve prover instrução, formação e a maturação do povo de Deus através do ensino, da meditação, do compartilhamento das Sagradas Escrituras.

A pergunta inevitável: como é possível resgatar o valor e a utilidade da Escola Dominical?

Só com a participação verdadeira e comprometida dos líderes e pastores das comunidades. O púlpito exalta o pregador. As sociedades internas e as células são, administrativamente falando, mais fáceis de serem gerenciadas e aliviam grande parte do descomunal peso transferido para as costas do pastor. Mas quem proverá o ensino da Palavra de forma cuidadosa, metódica, ordenada e progressiva?

Fonte: Matéria de Tatiana Piva - Cristianismo Hoje - Dezembro/2010

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A melhor solução contra o estresse

A fé pode ser uma arma eficaz no combate às crises físicas e emocionais.

Dia de calor intenso em uma metrópole qualquer, com trânsito engarrafado e muita gente tocando a buzina. Motoristas em dois pontos distintos da cidade olham o relógio e se angustiam com o atraso iminente. Além do infortúnio diante da perspectiva de mais um dia atribulado, ambos estão enfrentando dificuldades em seu ambiente de trabalho, tensões em casa e problemas de saúde. Na cabeça deles, tudo e todos parecem conspirar contra sua paz de espírito – o sujeito do carro da frente que muda de faixa sem usar a seta, o banco que enviou o boleto dois dias depois do vencimento, o bombeiro que ficou de consertar o vazamento “ontem sem falta” e simplesmente não apareceu. Nenhum daqueles dois sabe, mas da próxima vez que consultarem o médico, receberão a notícia de que são vítimas do estresse. Detalhe: um deles é pastor.
Há quatro ou cinco décadas, esta última informação causaria estranheza. Mesmo hoje em dia, para algumas denominações extremamente conservadoras, quem canta que “a alegria está no coração de quem conhece Jesus” e se cumprimenta com “a paz do Senhor” não tem direito de alegar estresse para justificar esgotamento físico, mental ou muito menos espiritual. No entanto, a realidade é bem diferente, e até alguns dos próprios líderes que defendem essa imunidade dos cristãos padecem do chamado “mal do século” ― ou, mais apropriadamente, “mal dos séculos”, já que continua, literalmente, tirando o sono de muita gente mesmo depois da virada do milênio.
“Estado gerado pela percepção de estímulos que provocam excitação emocional e, ao perturbarem a homeostasia, levam o organismo a disparar um processo de adaptação caracterizado pelo aumento da secreção de adrenalina, com várias consequências sistêmicas.”Esta definição do Dicionário Houaiss da língua portuguesa, com seus termos pouco compreensíveis para o leigo em medicina, revela a ambiguidade do termo “estresse”. Ao mesmo tempo em que fala do “processo de adaptação” que ele desencadeia, também aponta para as “consequências sistêmicas” que quase todo mundo tem facilidade para reconhecer. A cardiologista Cecília Teixeira de Carvalho cita alguns desses sinais: “Irritabilidade, insônia, perda de apetite, dificuldade na concentração, diminuição da memória, impotência sexual”, enumera. “Além disso, o quadro de estresse pode vir acompanhado de distúrbios psicológicos, como depressão ou agitação. Esses são os sintomas mais comuns.”
Ela alerta para o fato de que, apesar da grande quantidade de homens diagnosticados como vítimas, o problema não é uma exclusividade de gênero. Hoje em dia, estressados não usam apenas terno e gravata. Por conta da múltipla jornada de trabalho, as mulheres são extremamente vulneráveis a esse mal. “Ao se emancipar, a mulher piorou sua qualidade de vida. Assumiu responsabilidades que antes eram apenas dos homens”, afirma a médica. No caso delas, a angústia pelas horas longe de casa, sem poder atender as necessidades dos filhos, é um fator estressante a mais. “Hoje em dia é muito difícil se manter sem estresse. O mundo atual foi formatado para termos doses diária”, afirma.
Ainda que, ao longo da história, todos os seres humanos, inclusive heróis bíblicos (ver abaixo), tenham sofrido algum tipo de pressão, em maior ou menor grau, a identificação do estresse como tal é bem recente, e sua associação com a vida moderna é praticamente automática. “Podemos dizer que estamos vivendo a era do estresse, em que a ansiedade tem estado presente no cotidiano das pessoas cada vez mais intensamente”, opina Geraldo José Ballone, psiquiatra e professor universitário da especialidade. Segundo ele, são vários os fatores atuais que contribuem para a formação de um quadro de estresse, como a competitividade, a exigência do sucesso, a conquista do espaço socioeconômico e a violência urbana, entre outros.
Ballone chama a atenção para o fato de que o estresse não é necessariamente um inimigo das pessoas. “Há um elemento natural e fisiológico. Trata-se de uma ferramenta ou um recurso do qual animais e seres humanos são dotados para a própria sobrevivência”, observa. O especialista diz que uma pessoa precisa do estresse para fugir de um perigo, por exemplo. Entretanto, em geral, o que acomete o indivíduo é um estresse patológico, que causa descompensação, e não adaptação a uma nova situação. “Este quadro é fruto das exigências da vida moderna”, explica.

Mente aberta – Se, como parece consenso entre suas vítimas, oestresse está presente em todos os ambientes – no trabalho, no lar, na escola, no círculo de amizades, na comunidade local ―, é ingenuidade acreditar que não frequente os gabinetes pastorais. Aconselhar pessoas que enfrentam esse problema deixou há muito tempo de ser novidade para o pastor Eduardo Baldaci de Lima, da Primeira Igreja Batista de Cuiabá (MT). “Não só no gabinete, mas também nas áreas de atuação secular aonde Deus tem me levado, encontro pessoas com este problema”, garante. Segundo ele, isso independe de confissão religiosa ou classe social. “Recebo dezenas de pedidos de oração sobre problemas que, na realidade, são ocasionados pelo estresse”, revela o ministro.
Baldaci não acha que problemas como ansiedade ou depressão signifiquem falta de fé ou de comunhão com Deus. “Eu diria que conheço muitos crentes fiéis que, em determinados momentos, tiveram estresse por causa da ansiedade”. Em sua opinião, é um erro criticar as pessoas, inclusive as evangélicas, que precisam de ajuda. “Acho muito fácil condenar o estresse na vida do próximo. O difícil é controlá-lo em nossa vida”, aponta. “Somos pecadores regenerados em busca da santificação, num processo que só termina em nossa morte. Assim sendo, enquanto somos ameaçados material e espiritualmente o tempo todo neste mundo, acontece uma verdadeira batalha espiritual.”
E o problema não está confinado à cadeira do que pede aconselhamento e oração. Do outro lado da mesa pode estar outra pessoa que precisa do mesmo tipo de ajuda – só que, no caso do pastor, nem sempre há a quem recorrer. Médico e pastor presidente da Igreja Maranata, Paulo Cesar Brito vê com frequência colegas de ministério apresentando um quadro típico de estresse. “Pastores são pessoas normais, sujeitas às mesmas agressões do ambiente ou da vida”, afirma. “Eles sentem, sofrem e se decepcionam. Então, por que não teriam estresse?” Brito ressalta ainda o fato de que os pastores não se limitam a resolver os próprios problemas: eles também devem se preocupar com as dificuldades enfrentadas por suas ovelhas, o que potencializa a pressão.
O pastor participa da opinião de que é inútil negar ao cristão o, digamos, direito de se estressar. “É claro que o Evangelho, quando entendido e obedecido, nos ajuda a superar nossos obstáculos”, opina. “O Senhor Jesus é a maior fonte de alívio e descanso para nossa alma. Mas não posso negar que os dramas dos outros também nos atingem. Como ficar impassível diante do filho que se envolve com drogas? Ou do marido que resolve arranjar uma amante? Não somos uma ilha”, defende. “A Palavra nos ensina a chorar com os que choram. E ninguém chora sem uma parcela de estresse.”

Momentos críticos – A jornalista Élidi Freitas de Miranda sabe bem o prejuízo físico e mental que o estresse pode causar. Certa vez, recebeu de sua médica uma licença de três dias. Não havia nenhuma infecção ou dor física – apenas um quadro somático em função de pressões no trabalho. “Eu tinha uma chefe que me perseguia e tinha prazer em me prejudicar”, lembra a repórter, que é evangélica. “Aquilo estava me fazendo muito mal. Sentia aperto no peito, taquicardia, muita irritação”. Além dos dias em casa e da recomendação de relaxar, ela saiu do consultório com uma receita de calmante. “Se estou estressada, começo a descontar minha angústia nas pessoas, mas depois que episódios desagradáveis acontecem, paro, reflito e penso que preciso me acalmar”, diz.
Mas a medicação não é a única maneira que Élidi encontra de combater o estresse. Sua fé em Jesus também tem um caráter terapêutico no processo. “Tenho aprendido a pensar duas vezes antes de responder a uma ofensa”, admite. “Não adianta querer que o mundo seja do meu jeito, porque ele não vai ser”. A dificuldade fez com que ela não apenas enxergasse a vida por outras lentes, mas também identificasse a atuação do Senhor. “Vejo Deus me ensinando a confiar mais nele, e a pôr em prática o domínio próprio, que é fruto do Espírito Santo.”
No caso de Ivete, nome fictício da mulher de um pastor do Rio de Janeiro que prefere não se identificar, a simples mudança de um bairro para outro da cidade foi suficiente para desencadear uma série de reações, como tonteira, melancolia e até pânico. É claro que a combinação de fatores preparou o terreno para essa crise pessoal, mas a necessidade de revisão no padrão de vida – incluindo o uso diário de ônibus lotados para chegar ao trabalho e voltar para casa – foi a gota d’água. O problema se repetiu depois, quando teve de enfrentar nova mudança, dessa vez para outra cidade, acompanhando o ministério do marido. Mas havia outras coisas, como a nem sempre fácil convivência com os irmãos e os problemas da congregação que frequentava. “Lidar com situações nada agradáveis que surgiram na igreja me levaram a uma nova crise. Tive de usar medicamentos”, conta.
Passado o pior momento, Ivete resolveu interromper o tratamento dois meses depois. Usando uma nem sempre recomendável confiança espiritual, ela preferiu fazer da fé o seu remédio. “Senti que Deus queria assim”, resume. Mas também tratou de mudar algumas coisas. Se os problemas cotidianos são inevitáveis, ela resolveu reservar para si mesma mais momentos de prazer. “Resolvi fazer trabalhos manuais”, diz. “A ocupação contribui em grande medida para prevenir uma nova crise”. Contudo, a mulher reconhece que o estresse sempre está à porta. “Nossa vida é uma batalha constante” resigna-se.

Como tratar – O que funciona bem na vida de uns não pode, claro, ser encarado como solução ou caminho para todos os casos em que o estresse torna-se um mal. Cada pessoa, afinal, tem suas peculiaridades – e o quadro se desenvolve em diferentes escalas, dependendo do indivíduo. O psicoterapeuta e pastor Zenon Lotufo Jr., coordenador do curso de espiritualidade no aconselhamento e na psicoterapia do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e um dos autores do livro Influências da religião sobre a saúde mental, explica que o problema deve ser abordado gradualmente. “Primeiro, é preciso identificar e procurar atenuar as pressões que a pessoa faz sobre si, tais como o perfeccionismo e a dificuldade de dizer ‘não’”, enumera. “Depois, deve-se treiná-la em técnicas como relaxamento, meditação e respiração profunda. Finalmente, discutir a possibilidade de mudanças objetivas em seu estilo de vida, o que pode envolver abrir mão de certas atividades, procurar outro trabalho e praticar exercícios físicos.”
Segundo ele, no caso de pessoas religiosas, é importante também a orientação em determinadas formas de oração e de outras práticas espirituais. “Para o crente, compreender o real significado da graça de Deus e procurar levá-la em conta em seu dia a dia é o grande remédio, preventivo e curativo, para lidar com o estresse. É preciso, aliás, ter em mente que a ideia da graça divina tem um sentido quando relacionada a um Pai amoroso e perdoador, e outro, bastante diferente, quando ligada a um Deus arbitrário e punitivo”. Lotufo destaca ainda a importância de certas disciplinas espirituais que, aos poucos, os protestantes vão redescobrindo, depois de deixá-las de lado por muito tempo por associá-las ao catolicismo. “Isso pode ter grande valor para a manutenção do equilíbrio emocional”, afirma.
Geraldo Ballone concorda que a experiência espiritual pode ser muito útil no combate ao estresse. “A religião, quando serve como inspiração para reflexões, estimula escalas de valores não materialistas e incentiva a compreensão do próximo – aquele que pode ser nossa maior fonte de frustrações –, contribui sobremaneira para uma qualidade de vida emocional melhor”, reconhece. “Além disso, a fé e a esperança são sempre um alento nos momentos de grande sobrecarga emocional.”
Contudo, Paulo Cesar Brito aconselha a que o cristão tome cuidado para não se iludir com a ideia de que basta crer em Deus para manter o estresse à distância. “Esse negócio de querer parar de sofrer é utopia. Sofreremos enquanto este mundo estiver debaixo da maldição do pecado”, ensina. Sendo assim, o que fazer? Ele responde como pastor e médico: “Procurar colocar nossa vontade em submissão à vontade de Deus, orar para que situações sejam mudadas, não se revoltar quando as coisas não saem da forma que queremos e respeitar nossos limites. Há tempo para tudo nesta vida. Todo excesso é prejudicial. Precisamos de alimentação equilibrada, dormir bem, tirar férias e fazer exercícios. Até Deus descansou no sétimo dia”, finaliza.


Fé, um santo remédio

Já que provar cientificamente a existência de Deus parece ser um projeto ainda inatingível, cada vez mais estudiosos se concentram em estudos sobre os efeitos da espiritualidade no ser humano. Uma pesquisa realizada por especialistas da Universidade de Toronto Scarborough, no Canadá, deu mais um passo na identificação dos benefícios da fé, que ultimamente tem sido cada vez mais apontada como fator de bem estar e resistência a doenças. Segundo o estudo, quanto maior é a crença de uma pessoa em Deus, menor é sua vulnerabilidade aos efeitos do estresse. O levantamento, coordenado pelo professor Michael Inzlicht, do Departamento de Psicologia daquela instituição, foi publicado na prestigiada revista Psychological Science.
Inzlicht e mais três pesquisadores procuram demonstrar que a convicção religiosa é caracterizada pela redução nas atividades de uma região do cérebro denominada córtex anterior cingulado. Trata-se de um sistema envolvido na experiência da ansiedade e, segundo o texto da pesquisa, “importante pela autorregulação”. Em outras palavras, o que os exames nos voluntários envolvidos – adeptos de várias confissões – demonstraram é que o zelo religioso e a fé em Deus ajudam a compreender e lidar melhor com situações difíceis ou críticas. Estes apresentaram menos ansiedade do que as pessoas sem religião que também se submeteram aos testes.

Os estressados da Bíblia
Há vários exemplos de pessoas que passaram por momentos de forte pressão nas Escrituras. Veja o que você pode aprender com algumas delas:

Viciado em trabalho
No dia seguinte Moisés sentou-se para julgar as questões do povo e ficou ocupado desde a manhã até a noite. Quando Jetro viu tudo o que Moisés estava fazendo, perguntou: — Por que você está agindo assim? Por que está resolvendo sozinho os problemas do povo, com todas essas pessoas em pé ao seu redor, desde a manhã até a noite? Moisés respondeu: — Eu tenho de fazer isso porque as pessoas vêm falar comigo para saber o que Deus quer. Quando duas pessoas têm uma questão, elas vêm falar comigo para que eu resolva quem está certo. E explico os mandamentos e as leis de Deus a todos. Então Jetro disse: — O que você está fazendo não está certo. Desse jeito você vai ficar cansado demais, e o povo também. Isso é muito trabalho para você fazer sozinho (Gênesis 18:13-18).
Até receber a visita do sogro, Moisés mantinha um péssimo vício: gostava de centralizar todas as decisões. Desde as questões mais simples, como as disputas de vizinhos pela posse de um animal, até as pendengas maiores, envolvendo clãs inteiros, tudo era levado ao líder. Com excesso de preocupações e afazeres, ele chegava ao fim do dia esgotado e estressado. Jetro percebeu o problema e deu o conselho que faria a grande diferença na vida de Moisés e serviria de exemplo até os nossos dias. Descentralizar a administração dos problemas, sejam eles caseiros ou corporativos, é uma boa maneira de evitar a sobrecarga. Além disso, por mais que você goste de trabalhar, o corpo e a mente precisam de descanso e lazer para se reabastecer.

Drama de consciência
Quando Saul voltou da luta contra os filisteus, soube que Davi estava na região deserta que fica perto da fonte de Gedi. Então escolheu três mil dos melhores soldados de Israel e foi com eles procurar Davi e os seus homens a leste das Rochas dos Cabritos Selvagens. Saul chegou a uma caverna junto de alguns currais de ovelhas, perto da estrada, e entrou ali para satisfazer as suas necessidades. Aconteceu que Davi e os seus homens estavam escondidos mais no fundo da caverna. Então eles disseram a Davi: — Esta é a sua oportunidade! O SENHOR Deus disse que lhe entregaria o seu inimigo e que você poderia fazer com ele o que quisesse. Então Davi se arrastou de mansinho até onde estava Saul e cortou um pedaço da capa dele, sem que ele percebesse. Mas aí a consciência de Davi começou a doer porque ele havia cortado um pedaço da roupa de Saul [...] Davi saiu atrás dele e gritou: — Rei Saul! Ele virou-se, e Davi, em sinal de respeito, se ajoelhou e encostou o rosto no chão. Então disse: — Por que é que o senhor dá atenção às pessoas que dizem que eu quero prejudicá-lo? (1Samuel 24:1-5,8-9).
A situação de Davi já era estressante por si. Apesar de não ter nenhuma intenção de tomar o poder de Saul, estava sendo perseguido pelo rei e “três mil dos melhores soldados de Israel”. Para aumentar a pressão, convencido por seus homens, Davi aproveitou um momento de vulnerabilidade de Saul e cortou um pedaço da capa dele. Contudo, sua consciência não o deixou em paz enquanto não procurou seu perseguidor. Se postergar o enfrentamento de dificuldades é desaconselhável, acumular preocupações só serve para potencializar o estresse. Evite empurrar os problemas com a barriga. Cada adversidade vencida é um peso a menos sobre os ombros.

O profeta contrariado
Jonas entrou na cidade, andou um dia inteiro e então começou a anunciar: — Dentro de quarenta dias, Nínive será destruída! Então os moradores de Nínive creram em Deus e resolveram que cada um devia jejuar. E todos, desde os mais importantes até os mais humildes, vestiram roupa feita de pano grosseiro a fim de mostrar que estavam arrependidos. Deus viu o que eles fizeram e como abandonaram os seus maus caminhos. Então mudou de idéia e não castigou a cidade como tinha dito que faria. Por causa disso, Jonas ficou com raiva e muito aborrecido (Jonas 3:4-5,10; 4:1).
Para Jonas, Nínive não merecia perdão. Em sua opinião, aquele povo corrupto tinha mesmo de ser destruído. Por isso, quando Deus aceita o arrependimento da cidade e oferece perdão, o profeta fica indignado e decepcionado. Chega a pedir a Deus que lhe tire a vida - talvez estivesse apenas fazendo drama, mas essa é outra discussão. Muita gente se estressa porque não aceita pontos de vista diferentes. Nem sempre as coisas acontecem do jeito que a gente quer. Ser contrariado faz parte da experiência humana, e você certamente vai aproveitar melhor a vida (e as noites de sono) se aprender a lidar com isso.

A força da oração
Jesus saiu e foi, como de costume, ao monte das Oliveiras; e os seus discípulos foram com ele. Quando chegou ao lugar escolhido, Jesus disse: — Orem pedindo que vocês não sejam tentados. Então se afastou a uma distância de mais ou menos trinta metros. Ajoelhou-se e começou a orar, dizendo: — Pai, se queres, afasta de mim este cálice de sofrimento! Porém que não seja feito o que eu quero, mas o que tu queres. [Então um anjo do céu apareceu e o animava. Cheio de uma grande aflição, Jesus orava com mais força ainda. O seu suor era como gotas de sangue caindo no chão] (Lucas 22:39-44).
Às vésperas de sua crucificação, o Salvador sentiu “uma grande aflição” (outras versões afirmam que ele estava “em agonia”). É difícil imaginar uma situação mais estressante que essa. Seu nível de tensão era tão alto que provocou um fenômeno muito raro, a hematidrose (hemorragia das glândulas que produzem o suor). Jesus encontrou na oração o alívio para sua angústia. A ciência tem confirmado o que a Bíblia mostra há séculos: a fé como um importante fator de combate ao estresse. É por isso que muitas empresas e organizações passaram a ver com bons olhos a ideia de cultivar a espiritualidade no ambiente de serviço. É desnecessário dizer o que a oração também produz na vida em família.

Fogo amigo
Pois pelo poder de Deus fui feito apóstolo para anunciar o evangelho aos não-judeus, assim como Pedro foi feito apóstolo para anunciar o evangelho aos judeus [...] Porém, quando Pedro veio para Antioquia da Síria, eu fiquei contra ele em público porque ele estava completamente errado (Gálatas 2:8,11).
Houve um momento bem no início da história da Igreja em que muitos dos primeiros convertidos, de origem judaica, decidiram que os não judeus (gentios) que estavam adotando a fé cristã deveriam se submeter aos mesmos ritos que eles, inclusive a circuncisão. O apóstolo Paulo discordava e achava que Pedro era da mesma opinião. No entanto, Pedro mudava o discurso quando havia judeus por perto. Aquele conflito causou forte tensão entre os dois. Paulo perdeu as estribeiras com Pedro. No fim, chegou-se a uma solução. Conflitos pessoais, seja no âmbito da família, das amizades ou do trabalho, costumam contribuir para um quadro de estresse. Uma conversa é, muitas vezes, suficiente para aliviar o peso de determinada circunstância adversa. Dialogue. Negocie.

Segundo estudos recentes, quanto maior é a crença de uma pessoa em Deus, menor é sua vulnerabilidade aos efeitos do estresse.


UMA CAMPANHA PARA MUDAR A IGREJA

Há alguns meses prometi lançar uma campanha nacional neste blog. Reconheço que demorei bastante. São as muitas ocupações. Mas aí está. É uma proposta simples para que as igrejas, independente de sua filiação denominacional ou autonomia, suspendam certas práticas durante pelo menos um ano e depois parem para avaliar em que elas melhoraram, onde progrediram, ou se, ao contrário, houve algum retrocesso. Acho a última hipótese improvável, mas é um direito que cada igreja tem de fazer a própria avaliação. Caso o progresso seja percebido, aconselho que a suspensão seja mantida, pois o Reino de Deus só terá a ganhar.Se você concordar com os termos abaixo, fique à vontade para reproduzir em seu blog (citada a fonte), afixar no mural de sua igreja, caso seja o pastor, ou encaminhar aos seus líderes para que eles tomem conhecimento e avaliem se vale ou não a pena aderir à campanha. Às propostas:1. Deixe de promover eventos festivos um atrás do outro, que acarretam enormes despesas à igreja e pouco resultado trazem à vida espiritual dos crentes e à evangelização, mas não abra mão dos cultos "normais", onde todos podem ser edificados mutuamente. Aqui a comunhão pode ser experimentada em sua dimensão mais profunda.2. Pare de criar nomenclaturas para definir um culto do outro, como, por exemplo, "culto da vitória", "culto de libertação", "culto de avivamento", "cul to da virada" etc., pois culto se presta a Deus de acordo com os elementos descritos no Novo Testamento, e todos eles, quando prestados de fato ao Senhor, cumprem todas as finalidades bíblicas.3. Reprograme as atividades extra-cultos em sua igreja, entre elas os ensaios dos diferentes departamentos musicais, para não correr o risco de um ativismo improdutivo e ter os horários de tal maneira ocupados com tantas programações que o tempo para o verdadeiro culto a Deus seja escasso, trazendo sérios prejuízos espirituais à vida dos crentes.4. Tome a decisão radical de não convidar cantores famosos para "abrilhantar" os festejos da igreja (até porque estes em grande parte já não mais farão parte do calendário, pelo menos por um ano) e você descobrirá quantos talentos escondidos na própria igreja poderão ser aproveitados, sem custo algum, nos cultos regulares ou em outro evento extremamente indispensável. Além disso, se não houver demanda, os cantores (sem cair no terreno da generalização) deixarão de cobrar os elevados cachês e, quem sabe, aprendam a ver o que fazem como ministério e não como profissão.5. Não deixe também de valorizar o cântico congregacional. Uma igreja que adora a Deus unida pode experimentar a vida comunitária com muito maior comunhão e proveito do que aquela em que os membros são meros assistentes de culto. Vêm e vão sem nenhum comprometimento com a vida comunitária. <>6. De igual modo, pare de convidar pregadores renomados, os quais seguem a mesma linha dos cantores "profissionais" e chegam nas igrejas com os DVDs (ou CDs) da mensagem ainda a ser pregada já prontos para serem colocados à venda na porta da igreja por um preço bem módico. Quem sabe eles (sem cair também no terreno da generalização) da mesma forma aprendam e passem a servir e não buscar serem servidos.7. Na ausência dos pregadores que não serão mais convidados, pare de "encher linguiça" durante os cultos, não mais ofereça "capim seco" às suas ovelhas, mas prepare-se para a cada culto ter sempre uma nova mensagem bíblica, cristocêntrica, se m apelar para os conhecidos e já surrados chavões, que alimente o povo e lhe aguce o desejo de voltar nos próximos cultos.8. Pare de valorizar o formalismo da oração, que envaidece o coração farisaico, mas ensine a sua igreja o que significa orar e torne isso parte do metabolismo espiritual dos crentes de maneira que a oração, a conversa com Deus, profunda, livre e sincera, permeie tudo quanto a igreja faça.9. Pare de promover eventos evangelísticos, mas faça com que a igreja encarne a paixão pelas almas e passe a empregar o velho (mas sempre novo) evangelismo pessoal como meio de alcançar os perdidos para Cristo. Uma boa maneira maneira é estimular a cada um para que se comprometa a orar, fazer amizade e convidar os seus pa rentes, amigos e vizinhos com regularidade para que assistam os cultos e ouçam a Palavra de Deus, Não é preciso ir longe. O campo está perto de cada crente. Saiba que 99% das pessoas que frequentam a igreja, hoje, foram trazidas por alguém e não por um "programa".10. Valorize os cultos nos lares, de maneira sistemática, sem se preocupar com nomenclatura. A igreja primitiva se reunia no templo e nas casas e a maioria absoluta das igrejas existentes tiveram início em reuniões familiares.11. Pare de fazer conchavos políticos e buscar os favores de candidatos para esta ou aquela atividade. O custo não vale a pena, compromete a voz profética e gera insatisfaç ão entre os crentes. A melhor coisa que uma igreja faz é realizar as suas atividades com a própria receita. Quem quiser contribuir, que o faça em oculto, quando os diáconos passarem com as salvas ou quando os crentes forem chamados ao gazofilácio.12. Resista a tentação de não cumprir as propostas acima. Sempre haverá os insatisfeitos que forçarão a barra. O risco é grande de você quebrar o compromisso, mas a perseverança é companheira dos que querem alcançar os seus objetivos. Portanto, siga em frente, olhando apenas para Jesus. Você não será decepcionado.ConclusãoPosso afirmar com segurança, que, com essas decisões, entre tantas outras que podem ser tomadas, sua igreja, ao final de um ano, terá progredido muito mais em todos os sentidos do que se você insistir com esse sistema carcomido que muito aparenta, mas pouca eficácia tem para a igreja como corpo vivo de Cristo na terra.Experimente e depois nos conte
.Fonte: http://geremiasdocouto.blogspot.com/2010/06/uma-campanha-para-mudar-igreja.h

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Cessou a chuva quando os judeus saíram do Oriente Médio
Descobertas científicas confirmam interpretação de rabino acerca de profecia bíblica

Confirmando a interpretação de um rabino acerca de uma profecia da Bíblia, cientistas relataram em 4 de dezembro que uma análise dos anéis em estalagmites numa caverna perto de Jerusalém revela que o clima da região ficou mais seco logo depois que os romanos dispersaram os judeus no ano 70 d.C.

Geólogos da Universidade de Wisconsin analisaram a composição química de anéis individuais que formavam as estalagmites crescendo do chão na Caverna de Soreq perto de Jerusalém entre 200 a.C e 1100 d.C. Os geólogos John Valley e Ian Orland concluíram que o clima era mais seco no leste do Mediterrâneo entre 100 d.C. e 700 d.C, com muita pancada de chuva entre 100 d.C. e 400 d.C. — um período em que o império romano e bizantino na região estava desaparecendo.

O rabino Menachem Kohen, do Brooklyn, em seu livro “Prophecies for the Era of Muslim Terror: A Torah Perspective on World Events” [Profecias para a Era do Terror Muçulmano: A Perspectiva da Torá acerca dos Eventos Mundiais], defendeu exatamente esse argumento no ano passado — baseado em evidências inteiramente diferentes.

O rabino Kohen indica que a terra sofreu uma seca grave, sem precedentes e inexplicável (por meio de explicações apenas naturais) que durou do primeiro século até o século 20 — um período de 1.800 anos que coincide com a dispersão forçada dos judeus.

Kohen viu o cataclisma como um cumprimento miraculoso da profecia que se encontra no livro de Deuteronômio — principalmente o capítulo 28:23-24.

E os teus céus, que estão sobre a cabeça, serão de bronze; e a terra que está debaixo de ti, será de ferro.

O SENHOR dará por chuva sobre a tua terra, pó e poeira; dos céus descerá sobre ti, até que pereças.

Pesquisadores da Inspeção Geológica de Israel e da Universidade Hebraica de Jerusalém ajudaram no estudo, que será publicado na edição seguinte da revista Quaternary Research.

Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com

Fonte: WND

E . B . J Estudo Biblico de Jovens

Pastores e Lobos

Pastores e lobos têm algo em comum: ambos se interessam e gostam de ovelhas, e vivem perto delas. Assim, muitas vezes, pastores e lobos nos deixam confusos para saber quem é quem. Isso porque lobos desenvolveram uma astuta técnica de se disfarçar em ovelhas interessadas no cuidado de outras ovelhas. Parecem ovelhas, mas são lobos.

No entanto, não é difícil distinguir entre pastores e lobos. Urge a cada um de nós exercitar o discernimento para descobrir quem é quem.

Pastores buscam o bem das ovelhas, lobos buscam os bens das ovelhas.
Pastores gostam de convívio, lobos gostam de reuniões.
Pastores vivem à sombra da cruz, lobos vivem à sombra de holofotes.
Pastores choram pelas suas ovelhas, lobos fazem suas ovelhas chorar.
Pastores têm autoridade espiritual, lobos são autoritários e dominadores.
Pastores têm esposas, lobos têm coadjuvantes.
Pastores têm fraquezas, lobos são poderosos.
Pastores olham nos olhos, lobos contam cabeças.
Pastores apaziguam as ovelhas, lobos intrigam as ovelhas.
Pastores têm senso de humor, lobos se levam a sério.
Pastores são ensináveis, lobos são donos da verdade.
Pastores têm amigos, lobos têm admiradores.
Pastores se extasiam com o mistério, lobos aplicam técnicas religiosas.
Pastores vivem o que pregam, lobos pregam o que não vivem.
Pastores vivem de salários, lobos enriquecem.
Pastores ensinam com a vida, lobos pretendem ensinar com discursos.
Pastores sabem orar no secreto, lobos só oram em público.
Pastores vivem para suas ovelhas, lobos se abastecem das ovelhas.
Pastores são pessoas humanas reais, lobos são personagens religiosos caricatos.
Pastores vão para o púlpito, lobos vão para o palco.
Pastores são apascentadores, lobos são marqueteiros.
Pastores são servos humildes, lobos são chefes orgulhosos.
Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas, lobos se interessam pelo crescimento das ofertas.
Pastores apontam para Cristo, lobos apontam para si mesmos e para a instituição.
Pastores são usados por Deus, lobos usam as ovelhas em nome de Deus.
Pastores falam da vida cotidiana, lobos discutem o sexo dos anjos.
Pastores se deixam conhecer, lobos se distanciam e ninguém chega perto.
Pastores sujam os pés nas estradas, lobos vivem em palácios e templos.
Pastores alimentam as ovelhas, lobos se alimentam das ovelhas.
Pastores buscam a discrição, lobos se autopromovem.
Pastores conhecem, vivem e pregam a graça, lobos vivem sem a lei e pregam a lei.
Pastores usam as Escrituras como texto, lobos usam as Escrituras como pretexto.
Pastores se comprometem com o projeto do Reino, lobos têm projetos pessoais.
Pastores vivem uma fé encarnada, lobos vivem uma fé espiritualizada.
Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas, lobos perpetuam a infantilização das ovelhas.
Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas, lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.
Pastores confessam seus pecados, lobos expõem o pecado dos outros.
Pastores pregam o Evangelho, lobos fazem propaganda do Evangelho.
Pastores são simples e comuns, lobos são vaidosos e especiais.
Pastores tem dons e talentos, lobos tem cargos e títulos.
Pastores são transparentes, lobos têm agendas secretas.
Pastores dirigem igrejas-comunidades, lobos dirigem igrejas-empresas.
Pastores pastoreiam as ovelhas, lobos seduzem as ovelhas.
Pastores trabalham em equipe, lobos são prima-donas.
Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo, lobos geram ovelhas dependentes e seguidoras deles.
Pastores constroem vínculos de interdependência, lobos aprisionam em vínculos de co-dependência.
Os lobos estão entre nós e é oportuno lembrar-nos do aviso de Jesus Cristo:

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mateus 7:15)